Dicionário Português-Tupi - oqqbt

Dicionário Português-Tupi

Última atualização em 14.02.2024 com adição de 154 termos e o item Etnônimos.

O tupi foi um dos idiomas mais falados no Brasil e tem grande influência na formação do português falado no Brasil, tanto que se comparado ao português de Portugal, sente-se certo distanciamento entre as línguas, como ocorre entre o Espanhol e o Italiano. Os termos em tupi nomeiam a fauna, flora, cidades, territórios, estados, na culinária, nas gírias e em quase tudo que se possa observar.

Não é uma língua fácil de ser pronunciada (em alguns aspectos). Porém, compreendendo os conceitos básicos, pode-se avançar significativamente em sua compreensão. O tupi, não tinha grafia e por isso, possuía limitações. Para que fosse possível aprender a língua, fez-se necessário adotar regras gramaticais e criar termos que indicasse o tempo das orações e as ligações que refinassem mais o sentido do que é dito, estabelecendo um associativismo à gramática portuguesa.

 

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V

Fonema

O som produzido na fala dessa língua (ágrafa) dispensa o de letras equivalentes no alfabeto português [F, J, L, V e Z], bem como combinações de sílabas como ocorre em bla, bra, pla, pra, tra, gra e outras semelhantes que não são usadas. Para facilitar o estudo da língua, associou-se ao tupi, o alfabeto português com algumas adaptações.

Essa associação que inclui regras e alguns termos criados, dá origem ao termo “nheengatu” que significa: língua boa [que se tornou fácil de ser falada] comumente chamada de “tupi moderno” e que no início do período colonial chegou a ser uma das línguas mais faladas do Brasil. De fato, autores modernos, na intenção de melhorar o uso do tempo das orações, acabaram inserindo novas regras e como na língua portuguesa acabam dificultando o aprendizado. Contudo, isso é coisa para quem tem interesse em aprofundar-se no assunto. Conhecer o básico é a etapa principal para ter uma noção útil sobre a influência da língua no nosso dia a dia e algumas curiosidades.

O som do “B” é anasalado e é pronunciado “mb”. O mesmo ocorre com o “D” [inicial] que se pronuncia “nd”. O entendimento dos intérpretes da língua faz alguns ermos apresentarem variações cujo som é muito próximo, mas que se referem a um mesmo termo. Por isso é comum encontrar palavras como Ibiracuéra, com a variante Ibirapuéra. Essa troca de letras é muito frequente entre as letras B, P e M.

A letra J tem som de dj e foi incluída na grafia por proximidade ao som produzido em certos termos.

O som de “QUE” e “QUI” é reproduzido com uso do “K”. Assim Iqué será escrito iké [sign. Tupi: aqui].

O som do “R” forte como o pronunciado em “rua e carro” também não existe. Portanto, sempre que um termo apresente o “R”, este terá som brando como em arado, caracol e birô.

O “S” não é usado com som de Z como em: casa, coser; e sim com som de “SS”. Assim, kysé [faca] deve ser falado com som de “SS” (kyssé); alguns dos antigos autores fizeram uso do Ç para representar esse som.

 


As vogais no Tupi

As vogais no tupi incluem as mesmas da língua portuguesa com atenção a uma das vogais extras muito usadas, representada pela letra “y”. Essas vogais extras são representadas pela grafia de vogais comuns com acréscimo de acentuações que distingue sons anasalados, com til e orais. Exemplo: â, á, ê, é, î, í, ô, ó, ú.

 


O som da vogal representada por “y”

Reproduzir esse som peculiar representado pelo Y exige que os lábios sejam posicionados de forma semelhante à usada para pronunciar o “i” e a língua, com a ponta encostada nos dentes inferiores – na posição usada para pronunciar “u”. O som não é difícil de produzir, embora seja um meio termo entre as vogais “i” e “u”. Esse meio termo singular aparece disposto de várias formas nos antigos dicionários, e variam conforme o entendimento de cada estudioso, conforme as limitações de entendimento de cada com base no que se pode alcançar conforme sua própria língua. Assim, a vogal Y aparece como yg, u, i, ou qualquer dessas letras acompanhadas por trema.

 


 

A

Abaixo de: Gûyr-i

Abalado: Akué ou Mo-ngué

Abelha: Eir-uba

Abençoar: Obá’-sab

Abrir: Ab

Acabar-se: Pab

Achatado: Peb

Acordar: Pak

Adoecer: Mará-ar

Agora: Cuire

Agredir: Epenham

Água da chuva: Amand-y ou aman-y

Água ou Rio: Y

Águas claras: Aracatuy ou Acaract’y

Ajudar: Pytybõ

Aldeia da palmeira: Pindó’-taba

Aldeia: Taba

Alegre: Oryba

Aleijado (sola para cima): Areá

Algodão: Amyniîu

Alguém: Amó abá

Algumas vezes: amó-me

Alma do mal: Ãnang

Alma dos mortos: Aña

Alma fora do corpo: Anguere

Alma ligada ao corpo: An

Almas destacadas do corpo: Anguéra

Alta noite: Pysaîé

Alto: Ybaté

Amadurecido: Tyarã

Amando: Ausup-a amando

Amanhã: Oirã, oirandé

Amar: Ausub

Amarrar: apy-tî

Amarelo: Yubá

Amarem-se (uns aos outros): Îo-ausuba

Amassar: Aîuká

Amigo, camarada, aquele que busca comida (para mim)Moçacara | îe-koty-á’-saba

Amor: mor-ausuba

Amontoar: Mo-atyr, mo-apûã

Andar: Gûatá

Andorinha: Taperá

Animal, bicho: Soo

Anjo (espírito bom): Apoiaueué

Antigamente: Erimbaé

Antigo: Ymûana

Apanhar (pegar): Pysyk

Apanhar: Ar

Apenas: Nhoté

Apodrecer: [carne, fruta]: tuîuk

Apodrecer: [madeira, corda, etc.]: îuk

Apontar: Mo-in

Apressar: Mo-anhé

Apressadamente: Anhé

Aquele, ele: (partícula exclusiva de homem referindo-se a outro homem): Ahẽ

Aqui: Iké

Aranha: Nhandu’ ĩ (pron. nhandu in)

Arco: (pau encurvado, madeira encurvada): Ybyrá-apara

Arco-íris: îy`yba

Arder: Kaîa (pron. kaia)

Ardido: Taîa

Ardoroso: Taigaba

Arisco: Esá-eté

Anta: Tapi’ira

Arma de fogo: Mokaba

Armadilha: Mundé

Arrancar (a partir da raiz): Apó-ok

Arranhar: Karãî (pron. carain)

Arrepender-se: Moasy

Arrepio: Tyrá

Arrotar: Eû (pron. éu)

Árvore: Ybyrá

Asa: Pepó

Assado: Mi-xyra

Assar: Esyr

Assim, dessa maneira: Emonã

Assoar o nariz: Ambu’-ok

Assoar-se: Nhe-ambu-ok

Assombração: Uaiuara

Atacar: Epenham

Atirar-se: Nhe-mo-mbor

Atirar: Mo-mbor ou Ityk | com arpão ou lança: kutuk | com flecha: ybõ

Atirar pedras [acertando]Api

Atoleiro: Tuîuka

Atravessar: Asab

Avô: Tamuia

Azarado, infeliz: Panema | variações: Manem, manẽ, panẽ.

Azedo, ácido: Aîa

Azeite: Nhandy

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B

Baba, babar: Endy-syryka

Barba: Endybá-aba

Barata: Arabé

Barulho: Pu

Barranco: Ybyama

Barragem: Pari

Barriga: Ygé

Barro: Taguá, Tauá ou Toba

Basta: Aûîé

Batalha: Mará-t-ekó

Batata-doce: Îetyka (djetyca)

Bater (com a palma da mão): Petek

Bebedor: Kagû-ara

Beber água: U y

Beber do seio: Kamb’ú

Beber: U

Bebo água: A-y-ú

Beiço [de animal | ou borda de rio]S-embé

Beiço [lábios de gente]T-embé

Beija-flor: Gûaînumby

Beleza: Porang-aba

Beliscar: Mo-tyk ou Pixam

Besouro: Unauna

Bica d’água: Y-tororoma

Bicho: Soó

Bicho-de-pé: Tunga

Bicho-preguiça: Ay

Boca: Îuru

Bocejar: îe-îuru-pirar

Boi: Tapi`irusu

Bolota de sal: Îukyr-apûã

Bolha (na pele): Piruá

Bolsa do gambar: Sabé-aîó

Bolsa: Aió

Bom: Gatu (pron. ngatu)

Bondade/bondoso: Angaturama

Bonançoso: Catu

Bonito: Poranga

Borboleta: Panamá

Botão: Poty’-kytã

Bracelete: Nhaã ou Aûana

Bracelete de penas: Aûana (pron. aûãna)

Braço: Îybá

Brasa: ó-ikó-bé-bae

Brilhante: Berraba

Brilhar, brilhante: Berab

Brincar: Nhe-mo-saraî

Buraco: Kûara (pron. kuára)

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V

C

Cabelo: Aba

Caçar, ir à caça: Yeporakar ou só kaá-bo

Caçoar, Zombar: Mo-îaru

Cacho: Aryba

Cachoeira: Ytu

Cágado: îurará

Cair: Ar

Cair de sono: Ker-apar

Calar: Pik

Calo: Piruá-pûera

Cajá: Kaîá (pron. caiá)

Caju: Akaîu

Camarão: Potĩ (pron. potin)

Caminhar: Ûatá ou Gûatá

Caminho (de gente): Pé

Campo: Nhũ

Canário: Tyé

Cana-de-açúcar: Takûa-eé

Canavial: Takûa-eé-ndyba

Canibal [indígena comedor de gente]: Aba-por-ú

Canoa grande ou navio: Ygarusu

Canoa: Ygara ou Ygé (pron. ygué)

Cansado (sem fôlego): Pytubara

Cansaço: Kane’õ (pron. cane on)

Capim: Capyi ou Kapi

Caranguejo: Guiá

Cardume: Eyîa

Carne: Oó

Carne cozida: Soó-mi-mõîa

Caroço: Ainha

Casa do branco: Karioka

Casa na roça: Kapỹaba

Casa: Oka (pron. óka)

Casca (de árvore): Ypé

Castigar: Nupã

Cavar [abrir a terra]: Yby-ab

Caveira: Akang-ûera

Cera: Iraity

Cercado: Okaîa

Cercar (com cerca): Amam

Cercar (de cerco, defender): Pîar

Cerca de defesa: Kaá-ysá

Céu azul: [ybaca+oby]: Ybacoby

Céu negro: Ybak-una

Céu vermelho: [ybaca+piranga]: Ybá’-piranga

Céu: Ybaka

Cigarra: Îakyrana

Cisco: Yty

Chamar: S-enõî

Chamuscar: Apek

Chão duro: Yby-tãtã

Chato: Peba

Chefe: Murubixaba ou mo-e-r-ekó-ara

Chegar [pela água]: Îepotar (o mesmo que aportar)

Chegar: Syk

Chegada: Syk-aba

Cheio: Ynysema

Cheiroso: Yapûana

Chorar: Îase’o (pron. iásse ó)

Chupar: Pyter

Chuva: Amana

Claro: Ara

Clava: Ygapema

Coar: Mo-gûab

Cobra-cipó: Boitiapoá

Cobra: Mboi ou Mboya

Cobrir: Atyb

Cocar: Akangitara

Coçar: Éỹĩ

Cochilar: Opé-by’-pé-byk

Coelho: Tapiti

Coitado: Pore-ausuba

Colar: Mo-îar

Colher [de coletar]: Yky

Cólica: Tekéaip

Colocar, por: Nong

Colmeia: Eir-etama

Colocar, pôr: Nong

Com força: Atã

Com o tempo: Mbégûé irã

Comedor: o que come – Gû-ara (pron. uara)

Comê-lo: I ú

Comendo: Gû-á-bo (pron. guabo)

Comer, beber (alimentar-se de modo geral): Ú

Comer: Karu

Comida: Mbi-ú, Temi’u ou tembi’u

Compadre: Atûá-saba

Companheiro (de guerra): Maran-irũ

Companheiro: Irũ (pron. irun)

Compassivo: Por-ausub-ara

Comprido: Puku

Condimento: Se-baé

Confiança: Î-e-ro-bîá-saba

Conta: Mboyra

Continuar de pé: Am-îõ-te

Contradizer: Obaîxûar

Converter-se: Nhe-mo-nhang

Convidar [para festas]Soó

Coração, entranhas: Nhyã

Córcegas [fazer córcegas em]Pokixyk

Corda:  Xama | (para carga no ombro)Pepu

Cordato: Nhe-ran-eyma

Cortar madeira: Ybyrá-ab

Corpo (de gente)T-eté

Corpo (de outro ser)S-eté

Corredor, o que corre: Nhandara

Correr à parte: Nhand-é, nhan-é

Correr: Nhan

Cortar: Kytĩ

Cousa: Baé (pron. mbaé)

Couve: Taîaoba

Costume: Ekó

Coxa: Uba

Coxo: Par-ĩ

Cozer: Mo-in

Crescer: Kaukab

Criação, animal doméstico (de gente)Mimbaba

Criança: Pitanga

Cru: Pyra

Cruzar: Asab (pron. assab)

Cuia: Kuîa

Curto: a-sanga, a-kytã

Cuspir: Nomun

Cutia: Akuti

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D

Dançar: Poraseî

Dar: Meeng

Debulhar: Yky

De dia: Ar-bo

Dedo da mão: Po-ã

Dedo do pé: Pysã

Defecar: Poti

Deixar: S-eîar

De noite: Pytun-me

Dente: Âîa

Dentro (no íntimo)Pypiara

Depressa: Kuriteĩ

Derramar: Mo-mbukab

Desatar, soltar: Rab

Desconjuntar: Mo-ngaraû

Descer: Gûeîyb

Desejo: E-mi-motara

Desobedecer: Mo-maran

Despertar: Mo-nger (pron. monguere)

Desprender: Kukuî

Destampar: a-soî-ab-ok

Destruir, acabar: Mo-mbab

Devagar: Mbegûé

Dia: [ou luz]: Ara

Diadema: Akangitara

Diariamente: Ara puku-î

Dilacerar: Mo-ndook

Discípulo: Mi-mba-é ou mi-mbo-é

Disinteria: Eikûar-ugûy

Disse, digo: A-é

Dividir-se em bandos: îe-peá-peá

Diz: E-í

Dizer: I

Doce ou salgado: Eê

Doença: Mbaé-asy

Doente: Maraá’-bora

Doente grave: Mará-ara

Dormir (ou durmo): Ker (pron. ke r)

Duro: Tãtã

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E

Ema: Nhandu

Embebedar-se: Sabeypor

Embrulhar: Pokek

Emitir ventosidade: Pynõ

Empurrar: Mo-anhan

Encher: Mo-por

Encurralar: Mo-îar

Enfeitar: Mo-îe-gûak ou mo-ngatyrõ

Engasgar-se com: Pytym

Enjoar: Mo-ting

Ensinar: Mbo-é

Ensopar: Tupyrõ

Enterrado: I-tym-byra

Enterrar: Tyma ou atyb

Entranhas (de gente): Mbyá

Entranhas de homem: Abá pyá

Entranhas: Pyá

Entrada da aldeia [primeiras moradas]Tatobapy

Entregar: R-ekó-ukar

Entrevado: Apara

Enxada: Syra

Enxugar (o molhado): Mo-kang

Enxugar (o úmido): Mo-akuí

Enxuto: Kanga, akuí

Envenenar: Mo-popîab

Erguer-se: Puam

Errar: Aby

Erro, o contrário: Teté

Erva-babosa: Karagúatá nema ou karagúatá rema

Escama: Pé

Escamar: Pé-ok

Escapulir: Tyryk

Escolher: Porab-ok

Esconder: Mim

Escorrega: Syrik

Escorregar: Py-syryk

Escravo: Mi-ausuba

Escrever: Kûatiar

Escudo: Gûaracapá

Esmagar: Kumirik

Espalhar: Mo-sã-ãĩ (pron. Mossã ãin)

Espalhado: I-mo-sãî-byra

Esperar [no caminho]Apé-arõ

Esperar: Aarõ ou arõ

Esquentar-se: Îe-peé

Estrela Dalva: Pirapanema

Espiga: Ara

Espigão: Api-pema

Espinho: Îu

Espirrar: Atiam

Esposa: E-mi-r-ekó ou Temericô

Estaca de canoa: Îakumã ou nhakumã

Estrangeiro mal: Aiouroiou mahire ou mouhan

Eu: Ixé

Eu saio: A-sem

Experimentar: Aang

Explosão, estouro: Pororok

Expulsar, espantar: Mo-ndyî

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V

F

Facada: Kysé-pora

Falar: Nhe’eng [g mudo mesmo seguido de vogal]

Falar com: M-ngetá

Falsamente: A’ub

Família: Anama

Farelo: Kuí

Farinha: Uí

Farinha de guerra: Uí-atã

Farto: A-pysyka

Fava: Kumandá

Fazer: Monhang ou Mo-nhang [g mudo mesmo seguido de vogal]

Fazer brigar: Momaran

Fazer chegar: Mo-ndyk

Fazer deslizar: Mo-ndyrik

Fazer fortificações: Ybyrá-mo-nhang

Fazer papas: Kaú

Febre: Akuba

Fechar a porta: Okendab

Fedorento, ser fedorento: Rem ou Nem

Feijão: Kumandá-ĩ

Feio: Poxy, Poxy-aiba

Feito: Mo-nhã’-byra

Fêmea: kunhã

Ferir: Pun

Ferida: Pereba

Ferrão ou dente de cobra: Popîaba

Ferver: Mo-pupur

Festa: Nhe-mo-saraîa

Ficar: Pytá

Fila [de animais, árvores, etc.]: S-ysy

Fila [de gente]: t-ysy

Filha: Aîyra, Taîyra

Filho: Ayra, Ta`yra

Filhote: Ayra

Fio: Mimbó

Flauta [o que é soprado]: Mi-mby

Flamejar, pegar fogo: Kaî (pron. kái)

Flecha incendiária: Atá-uuba

Flecho-o [flechar alguém]: A-î-ybõ (pron. anhybó)

Flor: Potyra

Fogo: Tatá

Folha: Oba

Folha larga ou chata: S-ó’-beba

Fome: Amby-asy

Forasteiro: Atara

Formiga soldado [formiga preta – a maior encontrada no Nordeste do Brasil]: Ysá eté asu [pron. Issá eté assu]

Formoso: Aysó

Forte e valoroso: Kerenbaue

Forte: Tantã ou atã

Fugitivo: Tekoaraí’-bora

Fumar: Petymbu

Fumo: Petyma

Fraco [mole, poltrão]: Mebek | variações: membek e membeka.

Francês: Maíra

Frio: Ro’y ou roy-sanga

Fritar: Mo-syryk

Fruta: Ybá

Fruta fedorenta: Ybá nema ou Ybá rema

Fugir: Kanhem

Fundura: Ypyra

Futura esposa: Cunhãîba

Futuro esposo: Abaíba

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G

Gafanhoto: Tukura

Galinha: Gûyrá-sapukaia

Galho: Akã

Gambá: Sarigûé

Gato do mato: Marakaîá

Gêmeo (ou gêmeos): kõîa

Gordo: Kyrá

Gostoso: É

Gota, goteira: Tykyra

Gotas de chuva: Amã’-ndykyra

Grande: Gûasu [pron. guassu]

Grão, caroço: kuruba

Grilo: Gûyîu

Grito: sapukaîa

Grosso, roliço: Kûá-gûasu

Grosseiro, tosco (que parece mais não é): Rana

Grossura: de objetos compridos (árvores, pessoas, fios, etc.):

Grudar, lambusar: Mong

Guerra: Marana

Guerrear: Ikó marana rí

Guerreiro: Gûarinĩ ou guarani

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H

Heroi-civilizador: Mair-mohan

Hoje: Îeí

Homem: Apỹaba ou abá

Homem-bicho: Abá soó

Homem branco: Karaíba

Homem hospitaleiro: Mo-sá-ká’-rá

Horta [o que é plantado]Mi-tyma

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I

Inchaço: Susuá

Inclinar-se: Î-e-ro-ky

Igual(is), igualmente: O-îo-îab

Inclinado: Apyama

Inimigo: Sumarã ou T-obaîara

Instrumento de sopro: Pŷ-aba (pron. pyn aba)

Ir: Só

Irar-se: Nhe-mo-yrõ

Irmã: R-endyra

Irmã (mais moça): Py-kyyra

Irmã (de homem)Endyra

Irmã (mais velha de mulher)Ykera

Irmão (mais velho de homem)Ykeyra

Isca: Potaba

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J

Já: (se aparece antes de um verbo): Umã ou ymã | surgindo depois de um verbo, passa a significar: Há tempos.

Jabuti: Îaboti

Jacaré: Îakaré (pron. jácaré)

Jejuar: Îe-kuakub

Jogar fora, atirar, derrubar: Ityk

Jundiá: Espécie de peixe – Îundiá ou nhundiá (pron. Jundiá)

Juntar: Nhang

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L

Lá, aí (indicar direção): Ebapó

Lábios: Embé

Ladeira: Yby-ama

Ladrão: Mondá

Lago: Upaba

Lágrima: T-esá-y

Laçar: Îur-ar

Lança: Mi’-mbuku ou mi’-muku

Lamento: îaseó-papá’-saba

Largura (fundura, vão interior): Py

Latejar: Ning, ou ning, ning

Leite, líquido do seio, mamar: Kamb’-y ou kamby

Lembrar-se: Maenduar

Lenha: îepeaba

Levantar-se: Byr ou Puam

Levar: Ra-só

Língua: Apekũ

Limpar: Syb

Líquido, liquefeito ou derretido: Yku

Liso: Syma ou a-syma

Listado: Piriana

Logo mais: Koromó

Longe: Apûé-katu

Longo: Puku

Lua: Îasy (pron. iáci)

Lugar: Caba

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M

Maduro: Aûîé

Mãe dos meus filhos [falando o homem]: Xeraicig

Mãe: Sy

Maduro, velho: Tininha

Magro: Angaibara

Mal (ruim, perverso): Aib

Maldade: Marã

Mandar: Mo-ndó

Mandioca: mandi`oka

Mancha branca [ipingem]: Ti-tinga

Mandar: Pûaî

Manhã: Koema

Mão: Mbó

Mar: Paranã

Maracujá: Maracuîá

Margem: Embeyba

Marido: Mena

Mastigar: Suú-suú

Mata: Ka’a

Matar [matei]Îuká (pron. iúká) ou Ajuká

Matar muita gente: Por-apiti

Maus diabos [falta de sorte]: Uaiupia

Médico, curandeiro, mago, sacerdote ou xamã: Pajé – apresentando-se também nas variações: pagi, pay, payni, paié, paé, piaccé, píaché e pautché.

Medonho: Abaité

Mel ou abelhas: Eira ou Yapira

Menina: kunhataī

Menino: Kurumĩ ou kunumĩ (pron. Kunrumin)

Mensageiro: Paresara

Menstruação [a primeira]: Ñemondyra

Menstruação [a segunda]: Jepareroipoka

Mentir: Emoem ou Îuraragûaî

Mentira: Moema

Meretriz: Sugûaraíy

Meu fruto: Xe á

Meu(s), minha(s): Xe

Mexer: Pukuî

Milharal: Abati

Milho: Abati

Mocinha: kunhã-muku-’im

Moço: kurumĩ-gûasu

Modo de comer: Gû-aba

Modo, jeito ou forma de amar: Ausup-aba

Moer: Mo-nguí

Mole: Puba

Monco, moncoso (manco): Ambuba

Montanha, serra ou morro: Ybytyra

Montão, monte: Apûã, atyra

Moquear ou assar: Moka’ẽ (pron. moca en)

Morador da aldeia: Tapiîara

Morar ou estar (indicação de lugar): Ikó

Morcego: Andyrá

Morder: Suú

Mordido: Mi-nduú

Mordo-o: A-î-su’u (pron. a-i-xu’u)

Morrer: Manõ (pron. manon) ou Manó

Morto, matado: I-îuká-pyra

Mostrar: Kuá-meeng ou kuá-beeng

Mudo: Nheeng-ú ou Nheeng-eyma

Muito: Matu eté

Muitos, Muitas: Ya; Etá; Tyk

Mulher morta: Cunhã ambyra ou cunham-bira

Mulher: Kunhã

Multicor: Paraba

Multidão: Tyba

Multidão de homens: Abá-abá

Mundo: Ara

Murchar: Nhynhyng

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V

N

Nada: Aan

Nadar: Ytab

Não (absolutamente): Erimã

Não (partícula exclusiva para homens): Aan ou aan-i reĩ

Não (partícula exclusiva para mulheres): Aan ou aan-i reá

Não fui: N’a-só-î ou nd’a-só-î (pron. nd assói)

Nariz, focinho, bico: Tĩ

Nascente (do rio): Y-apyra

Necessidade, privação: Tekoaraiba

Ninguém: Nda abá ruã

Noite: Pytuna

Nojo [ter nojo de]: Îe-gûaru

Nojento: Poxy

Nosso(s), nossa(s), nós: Îandé ou nhandé (inclusivo)

Nosso(s), nossa(s): Oré (exclusivo)

Novidades: Por-anduba

Nuvem: Ybatinga

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V

O

Ocultar: Kuakub

O modo de correr: Nhand-aba ou nhan-aba

O que ama: Ausup-ara

O que come: Guara

O que corre: Nhand-ara ou nhan-ara

Obrigado: kuekatureté

Olá [partícula exclusiva de homem para homem]: Hẽ!

Olá [termo geral]Hé gûé

Olhar: Maẽ

Olho: Essá

Onça: Îagûara (pron. jaguara)

Onda: Ygapenunga

Onde ou aonde? Mamõpe? ou Umã

Ontem: Kûesé

Orelha: Nambi

Ótimo: Aeté ou matueté

Ouro [pedra amarela]: Itá yubá ou itajubá

Outras coisas: Amó

Ouvir: S-endub

Ovo: S-upiá | Ovos: Upiá

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P

Padre: Abaré

Pai dos meus filhos [falando a mulher]: Xemembira rúba

Pai, chefe: Tup, tupa ou tuba

Palma da mão: pó apytera

Palmeira: Pindoba

Palpitação: Tutuka, tytyka ou tatak

Palpitante: Tytyka ou tutuka

Pântano: Ygapó

Pântano ou lodo: Tyîuka

Papa: Mi’-ngaú

Papagaio: Aîuru

Paraíso: Uajupipá [Local onde as almas se encontram com seus antepassados].

Para onde?: Marã ngoty? Mamó?

Parar de chorar: Pook

Passar: Kûab

Pássaro ou passarinho: Ûyrá ou gûyrá

Partir: Mbo-ir

Pato: Ypeka

Pé: Py

Pedra dormente: Itá ker [Itaquera]

Pedra explodida: Itá pororok

Pedra: Itá

Pedreira: Itá-tyba

Pegada: Py-por-ûera

Peito: Potiá

Pelas costas: Kupé koty ou kupé-bo

Pele quente: Pir-akuba

Pêlo [de gente ou animais]: S-aba

Peixe: Pira

Peixe-boi: Gûaragûara

Plantar: Tym

Peneira: Urupema

Pequeno: Mirĩ (pron. Mirin)

Perdoar: Nhyrõ

Perguntar: Porandub

Pesca: Îe-por-aká’-saba

Pescoço: Ajuru

Pescoço amarelo: Ajurujúba (ref. a barba alourada dos franceses).

Piaba: Taraira

Picar: Pí

Pilar, socar: Sok

Pintado: Pinima

Pintadinho, malhado: Pini-pinima

Pirão, ensopado: Mi-ndipyrõ

Piscar: Nhe-mo-esá-pik

Podre: Îuk

Poeira, pó: Tubyra

Ponderado: Tekó-kuaba

Ponta de galho: Akã’-pyra

Ponta: Apyra

Ponta (de galho): Akã-‘pyra

Por: R-esé (r essé)

Pôr de molho: Mo-ruru

Porco (do mato): Taîasu

Português: Peró

Pouco, pequeno [tamanho]: Iá

Poucos: [quantidade] Mokonhõ ou mboby

Pote: Kamusi

Praça: Okara

Prato de pedra: Itá nha’ẽ  ou itá nha’en

Prato: Nha’ẽ (pron. nhaen)

Preguiçoso: Ateyma

Presas [de animal]: S-anh-apûã

Presas [de gente]: T-anh-apûã

Procurar: Ekar

Prometer: Mo-mbéu

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V

Q

Que foi campo: Nhũ-bûera (pron. nhũ-mbûera)

Quebrar: Mo-ndok

Quebrar a cabeça: Akan’-ga

Quem? Abape?

Queixo (geral): endybá

Queixo [de animal]S-aîyba

Queixo [de gente]T-aîyba

Quente: Akuba

Querer: Potar (pron. pota r)

Quero comer: A-karu-potar

Quinta: Kapŷaba

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R

Rã: Îuí

Rachar: Bobok, mobok ou mombuk

Raio: Amã-tiri ou Tupãberaba

Ralar: 

Raiva: Nharõ

Raspar: Pin

Raiz: Apó

Rebentar, desatar-se: Pororok

Reconhecer: Kuab

Rede: Ini ou ínin | (lugar de dormir): ké’-saba

Redondo: Apûã

Regato: Y-ekó-aba

Reluzir: Endy-puk

Remar: Ygapokuî

Remédio: Mosseu ou posanga

Repetir [mais de 1 vez]: Mo-îo-akypûé’-kypuer

Repetir [uma vez]: Mo-îo-akypûer

Requeimar: Apy

Resina: Ysyka

Resmungar: Kuruk (pron. curuki)

Respirar: Pytu

Retirar: No-sem

Resto: Kurub-í

Reunião, conselho [da tribo]: Nho-mo-noong-aba

Rico, ser rico: Mbaé ou mbaé-etá

Rio barulhento: Y-pu

Rio da palmeira: Pindo-y

Rir: Puká

Rolar: Opá-îe-reb

Roncar: Ker-ar, ker-apar-ar

Rosto: Obá

Roupa: Aoba

Ruim (estéril): Panema

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S

Sacudir: Mo-susung

Saída dos peixes: Pira-sema

Saída: Sema

Sair: Sem

Sapo: Kururu

Sangue: Ugûy

Sal: Yukira | no guarany: yique

Sal com pimenta: îuky’-taîa

Saliva: Endy

Salvar: Pysyrõ

Salvo: Pysyrã-byra (Pysyrã-mbyra)

Sangue [de animal]: S-ugûy

Sangue [de gente]: T-ugûy

Sarar: Pûerab

Seco: Tining ou Tininga

Sede: U-seîa

Seio: Kama

Semelhante: Rana (sentido de mal feito, grosseiro; que parece algo, mas não é como).

Senhor: Îara

Sentar-se: Gûapyk

Seu dizer: I é

Seu fruto: I á

Seu(s), sua(s); dele(s), dela(s): I [qualificativo possessivo relativo – sempre precede o substantivo]

Seu(s), sua(s); dele(s), dela(s): O [qualificativo possessivo reflexivo – sempre precede o substantivo – é usado ao referir-se ao sujeito]

Silencioso: Kyrirĩ

Sim (afirmativa): Nhé

Sim (exclusivo para homens): Pá

Sim (exclusivo para mulheres): Eẽ

Siri: Syry

Só: nhó-nhó-te

Socar: Só’-sok

Sobrancelhas: Tybytaba

Sobrinho: Iyra

Sofrer: Porará

Sogra (de homem): Aîxó

Sogra: T-aîxó (pron. taixó)

Sogro (de homem): Atuuba

Sol: kûarasy

Soltar, desatar: Samb-ok

Soluçar: Íe-kok

Sonhar: Posaûsub

Soprar: Py ou Peîu

Sua mãe: I sy (pron. i xy)

Suar: Yaî

Subir: îe-upir

Substituto: Ekó-bîara

Sugar: Suban

Sujo: Kyá

Sumir: Kanhem

Suor: Yaîa

Suspirar: Nhe-ang-e-r-ur

Surdo: Apysá-eyma

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V

T

Talo, haste: Uã

Talha: Ygásaba

Tambor: Gûarará

Também: abé

Tapá-lo: I ó

Tarde: Karuka

Temer: Sykyié

Temperar: Mo-eê

Tempestade, ventania: Ybytu-guâsu

Ter, segurar: R-ekó

Terra: Etama

Terra (de origem): Aupaba

Terreiro: Okar-usu

Terra estéril: Mbaé-tyb-eyma

Terra fértil: mbaé-tyba

Testa: Sybá

Teu(s), tua(s): Nde

Teu cabelo: De aba (pron. nde aba)

Tia (materna): Syyra

Tia (paterna): Aíxé

Tio: Tutyra

Tingir de Urucum: Guâng

Tirar: No-sem

Toca, cova: Kûara

Tocar: Abyky ou Pokok

Tocador (o que toca): Mo-pû-ara

Tocando: Mo-pû-á-bo

Todas: Opá-katu

Todos: Opá ou Tetiruã

Todo, todos, tudo: Opá-katu

Tolo, imbecil, idiota [que não sabe ou não entende]: Coáub-eyma

Toma! tomai: Kó!

Topete: Atirá

Torto (dos pés): Py-banga

Tosse malígna: Uú-asy

Tosse/tossir: Uú

Trabalhar em grupo: Portĩrõ (pron. portinron)

Trabalho: Marã-t-ekó

Trançar: Pem

Transgredindo: Abỹabo

Trazer: R-rur

Tremer: Ryryî

Trilhado: Peyba

Tristonho: Aruru

Tropeçar: Py-sakang, yby-api (intr.)

Tronco: Opytá

Trovão: Tupãsununga

Tu: De (pron. nde ou ne)

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V

U

Um pouco mais: Pyryb

Unha (do dedo): Pysapema

Unha(s) do pé: Pysã-pema

Unha(s) da mão: Pó-apẽ

Urina: Ty

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V

V

Vagaroso: Mbegûe

Vale: Ybyty gûaîa

Valente, bravo, homem-verdadeiro: Abaété ou kyreymbaba

Vara de pescar: Pindá-ybá

Vagem: Opé

Vargem: Yby-peba

Varrer: Peir

Vasilha de beber cauim: Kagû-aba

Vazio, oco, parte interior: Ybỹîa (pron. ybyinha)

Veado: Sûasu

Veia: Aîyka

Veloz: Kûab-apûana

Velha: Gûaîbĩ

Velho, ancião: Tunhá-baé ou Tuî-bae

Vento (ar, brisa, hálito ou sopro da terra): Ybytu

Vento bom: Ybytu-catu

Ventre: Tigue | [inferior]: ybygûá

Ver: Epîak

Ver bem: Epiá-katu

Verde, novo, recente: Kyra

Verão: kûasary

Verdadeiro: Eté

Veste/vestir: Aoba

Via-láctea: Tapiirapé

Vir: Îur

Viscoso: Pomonga

Visgo [para caçar passarinhos]: îugûá

Viver: Ikó-bé

Viver mal, morar mal ou estar mal: Ikó aib

Voador [que voa]: Bebé

Vomitar: Gûeen

Vontade: Emimotara

Vosso(s), vossa(s): Pe

Voz: Nheenga

Voz bonita: Nheê’-poranga

Cidades pernambucanas

Amaraji: termo oriundo de amaragy – significando rio formado pelas chuvas; o nome da cidade foi posteriormente alterado para Amaragi e por último: Amaraji.

Araçoiaba: ûará (guará [ave]) + aso’îaba (manto de penas): manto de penas de guarás.

Bodocó: Segundo Orlando Bordoni, no Dicionário da língua tupi. Bodocó vem de: Bó (rasgar)+ odó (carne) + rocó (roça). significando “preparo de carne na roça”. Daí origina-se o termo “carne de sol”.

Buíque: Existem várias definições para o termo: A primeira versão diz que a expressão surgiu do fato em que os indígenas locais faziam uso de uma espécie de apito feito com parte do fêmur humano que emitia som parecido com “buiiique”; Luís Caldas de Tibiriçá diz que a origem vem de “mboi” (cobra) + yg (rio/água) – ou seja: rio de cobras; Sebastião Vasconcelos Galvão diz que vem de mboi (cobra) + ike (aqui, neste lugar) = lugar de cobras; Alfredo de Carvalho diz que vem de yby (terra ou solo [tupi]) + yique (sal [guarani]) = terra do sal ou sal da terra. Em complemento à definição de Alfredo de Carvalho, Theodoro Sampaio diz que yby encontrava-se com variação para “bu”, formando assim: bu+yique.

Cabrobó: Junção de caa (mata) + orobó (variação de urubu – que vem de uru (ave grande) + bu variação para “preto”: ave grande e preta) – significando: mata do urubu.

Caetés: vem de kaeté: caa (mata) + eté (verdadeira) = mata verdadeira, virgem, nunca roçada. O nome também designa uma antiga tribo indígena que habitava o litoral brasileiro, entre Pernambuco e Paraíba.

Calumbi: nome popular de uma árvore – o mesmo que Jurema-preta.  A cidade é banhada pelo rio Pajeú e até 1918 chamava-se São Serafim.

Caruaru: Caruara+aru – o que come sapo.

Carnaíba: o mesmo que carnaúba – palmeira da família Arecaceae, endêmica do Nordeste brasileiro.

Carpina: vem de Karapina – uma variedade de pica-pau; daí surge o termo carpinteiro (por ambos trabalharem com madeira), posteriormente inserido na língua portuguesa com a variante: carpina.

Camaragibe: Camara+y+pe – Rio dos camarás. Sendo camará uma planta aquática; y = rio e pe (com variação para be) um indicativo de lugar (tupi moderno).

Camocim de São Félix: Camocim significa vaso com água; São Félix é o santo padroeiro desta cidade.

Camutanga: referência a uma espécie de vespa (marimbondo); os antigos habitantes chamavam o local de caanga, o mesmo que casa de marimbondos.

Catende: Caa (mato) + t-endy (iluminada) – mata iluminada ou brilhante.

Cumaru: Árvore leguminosa amazônica e de grande porte. Seu fruto contém uma semente conhecida na Europa como fava-da-índia e no Brasil como fava-tonca.

Cupira: Abelhas que se aproveitam de cupins abandonados para fazer seus ninhos, produzindo mel de baixa qualidade. As espécies mais comuns são a partamona cupira, a Partamona testacea e a Mellipona pallida. Também conhecidas por boca-de-barro, boca-de-sapo e cupineira.

Garanhuns: Plural de garanhum; originado de uraanhu – homem do campo; outra versão para o nome aponta: Guirá (pássaro) + nhum (variante de preto) = pássaro preto.

Glória do Goitá: Junção do nome da padroeira da cidade: Nossa Senhora da Glória e Goitá – Gua (baixa) + Itá (pedra) = pedra baixa.

Gravatá: Kaa’rakua’tã – kaá: folha, planta, rákua: ponta, tã (antã) duro – folha de ponta dura ou pontiaguda. O mesmo que caraguatá, croatá, caroatá ou caroá.

Iati: Gargalo ou pescoço de cabaça; bico de vaso ou vaso com bico.

Ibimirim: Yby (terra) + mirim (pequeno) = terra pequena. O município está localizado no sertão do Moxotó. Diz-se de lugar lendário onde as pessoas não morriam, não havia dor ou sofrimento.

Ibirajuba: Junção de ybirá: (árvore, tronco, madeira) + yuba (amarelo) = Árvore amarela.

Igarassu: ygara (barco) + açu (grande) – canoa ou barco grande.

Iguaraci: de Yguaracy, sendo y (água) e guaracy (o sol) = água ou rio do sol.

Inajá: Palmeira da família das Aracáceas, nativa da Amazônia e Centro-Oeste do Brasil. É também conhecida como anaiá, anajá, aritá, maripá ou najá.

Ipojuca: Vem de Yapajuque e significa: Pântano ou água escura.

Ipubi: Ipu (poço) + obi (verde) = poço ou fonte verde.

Itacuruba: Itá (pedra) + curub (enrugado) = pedra áspera, enrugada; variação: Itacuruva [município localizado no Sertão do São Francisco].

Itaenga: Ita (pedra) + nheeng (fala) = pedra que fala.

Itamacará: Ita (pedra) + mbara’ká (chocalho) = pedra do chocalho ou pedra que canta. Ilha próxima a Recife, onde viviam os índios Caetés.

Itambé: Ita (pedra) + embé (lábio) = lábio de pedra, pedra com corte.

Itapetim: Ita (pedra) + pe (termo de ligação) + tinga (branco): Pedras brancas.

Itapissuma: Ita (pedra) + xuma (a cor negra) = pedra negra. O termo designava as pedras negras e moles às margens do Canal de Santa Cruz, próximo à referida cidade.

Itaíba: Ita (pedra) + iba (ruim, dura), pedra ruim ou dura. O nome está associado a uma árvore conhecida como “Pau-ferro”, também chamada de itajiba, itaúba e itaúva.

Itaquitinga: Ita (pedra) + ky (aguçada) + tinga (branca) = pedra aguçada e branca.

Jaboatão dos Guararapes: Yapoatan (árvore de tronco reto) + Uarará (tipo de tambor) + Pe (indicação de local [tupi moderno]) = lugar das árvores de tronco reto para tambor. No local havia em abundância a árvore chamada yapoatan, que foi usada para o feitio de mastros para navios.

Jataúba: do tupi: Ietaýua; o mesmo que Jataíba ou carrapeta – variedade de palmeira (Hymenaea courbaril).

Jucati: Nome indígena de planta local desta cidade.

Jupi: yu ou Ju (espinho) + pi. = Planta com espinhos.

Jurema: yu-r-ema. Sendo yu ou ju (espinho) e r-ema (odor, cheiro) espinho com odor.

Macaparana: Macapá (espécie de árvore: macaba) + rana (semelhante) = semelhante ao Macapá; lugar de muitas macabas.

Manari: Amana (chuva) -r-y (rio) = Riacho da água das chuvas. Comparativo derivado de um rio que corria nas proximidades.

Mirandiba: nome indígena para o porco queixada.

Orobó: Nome de planta da família das leguminosas (Vicia ervilia), cujas vagens contém sementes de sabor amargo – cultivada para alimentar animais, devido seu valor nutritivo. É também conhecida como ervilha-de-pombo.

Ouricuri: Airi (cacho) + curi (amiudado) = pequeno cacho. Nome de palmeira nativa do Brasil (Syagrus coronata), comum entre Piauí e Pernambuco a Minas Gerais.

Paranatama: Paraná (rio) + retama (terra, lugar) = região dos rios.

Parnamirim: De Paraná-mirim. Sendo Paraná (rio) + mirim (pequeno) = Rio pequeno.

Passira: Segundo o historiador Sebastião Galvão, o termo significa: que acaba em ponta de flexa.

Quipapá: nome oriundo de uma cactácea conhecida como quipá.

Quixaba: do tupi quessaba – significando: lugar de dormir, rede.

Sanharó: significa “zangado”. Espécie de abelha meliponídea de cor preta (Trigona amalthea); também conhecida como arapuá [o município é conhecido pelo fabrico de queijo e produção de leite].

Sairé: Cesto feito com cipó em formato de semicírculo.

Sirinhaém: junção de siri (crustáceo decápode) e nha’em (prato) – prato de siri. O nome da cidade faz referência ao rio de mesmo nome que a banha. O termo siri tem origem de si’ri que no tupi significa: correr, deslizar ou andar para trás.

Surubim: Peixe brasileiro da família dos silurídeos.

Tabira: nome de um chefe da tribo dos Tobajara ou Tabajara, aliado dos portugueses que ajudou Duarte Coelho (primeiro Donatário de Pernambuco) na luta contra os indígenas Caetés.

Tacaimbó: junção de tacã + iembó – Riacho dos galhos (ou ramos).

Tacaratu: Significa furna curta ou caverna superficial.

Tamandaré: Possíveis significados: tamanduaré (semelhante ao tamanduá); taba + moi + nda + ré = aquele que fundou um povo.

Taquaritinga do Norte: takwar (taquara [espécie de gramínea – o mesmo que taboca ou lasca de bambu]) + y (rio) + tinga (branco) = rio claro das taquaras.

Timbaúba: de timbo’iwa = árvore da espuma. Árvore da família das leguminosas (Stryphnodendron guianense), também conhecida como Timbaúva.

Toritama: há divergências no significado. Contudo, de acordo com o Portal dos Municípios: tori (significa pedra) + tama (região) – lugar de pedras – alusão às formações rochosas com cerca de 30m à margem direita do rio Capibaribe.

Tupanatinga: Termo oriundo do tupi moderno, também conhecido por nheengatu (nheen = língua + gatu = bom): “língua boa”. Tupana é uma versão adaptada do termo tupan (deus) com acréscimo do artigo “a” para figurar o aspecto feminino à expressão que originalmente não existia [deusa ou santa]. Somado a “tinga” (branco), resultou-se em deusa branca, o arranjo mais próximo para “Santa Clara” [antigo nome do município quando distrito da cidade de Buíque].

Tuparetama: Tupã (Deus) + retama (lugar natal) = algo próximo de pátria de Deus, lugar de Deus.

Tracunhaém: Segundo Theodoro Sampaio, o termo significa “panela de formiga”.

Xexéu: Ave da família dos icterídeos, conhecida por imitar o canto de outras aves; o mesmo que Japi.

Etnônimos

Branco, europeu, estrangeiro, português: Karaiba (termo também atribuído a seres sobrenaturais).

Português (apelido): Peró e mboaba.

Branco, estrangeiro, francês, inglês: Maira (termo também atribuído a seres sobrenaturais).

Francês, inglês (apelido): Aîuruîuba.

Castelhano: Kasiana.

 

Entidades

Agnan, ahangá ou hipouchy aignen: o equivalente ao diabo do catolicismo.

Baetatá: coisa de fogo (o mesmo que boitatá) – espírito que vive perto do mar ou rios; facho cintilante que corria daqui para ali. Que acometia aos índios e os matavam. (provavelmente atrelado à visão de fogos fátuos).

Caapora: morador do mato; também chamado caipora (o mesmo curupira); entidade, espírito ou duende pirracentos protetor dos animais e da mata.

Ieropary, Jurupari ou Yurupari: o equivalente aos demônios do catolicismo. Antigo serviçal divino, expulso por Deus que passara a retardar as chuvas e incentivar a guerra entre os homens. Possuidor de animais invisíveis que soltariam gritos horríveis à noite; Espécie de ogro ou divindade de acordo com cada tribo (amazonense).

Kurupira: espécie de demônio das matas, protetor da flora e fauna.

Macachera: espírito das estradas que marcha adiante do viajador; os potiguares o viam como anunciante de boas novas, os tupinambás, os viam como inimigos da saúde humana.

Ypupiára: que moram na água – espíritos que matavam índios afogados, ao tentarem atravessar rios em suas canoas.

Números

01: Oîepé

02: Mokõî [fazer um par]

03: Mosapyr [mossapira | fazer triângulo, vértice ou bico]

04: Irundyc [irundi | fazer pares]

05: Xe pó mbó [a mão com cinco dedos]

10: Mokõî pó [um par de mãos] ou Opá kó mbó [todas essas mãos]

20: Xe pó xe py [mãos e pés]

22: Xe pó xe py mokõî [os dedos das mãos e pés + 2]


Nota: No tupi esses eram os únicos números existentes.


Cardinais

Primeiro: ypy | Segundo: mokõia | Terceiro: mosapyra | Quarto: irundyca


Uso distributivo

Um a um: oîepé-îepé | Dois a dois: mokõ’-mokõî | Três a três: mosapy’-sapyr | Quatro a quatro: irundy’-rundyk

Pós-posições

Etá: (pós posição) indica volume: muitos, muitas. O etá foi criado pelos jesuítas no período colonial para designar o plural das palavras que na língua tupi, obtém-se de maneira subtendida no contexto do que é dito. Ex.: Pirá = peixe | Pirá etá = peixes.

Eyma: posposição negativa. Ex: [Coáub = saber]; Coáub-eyma: sem saber.

Pe: para [lugar. Ex Buique pe, catimbau pe].

Pupé: dentro de, em.

Suí: origem, causa.

Supé: para [indica um destinatário, não um lugar]

Termos específicos

Cauim: Bebida alcóolica feita com mandioca cozida e fermentada. Antes preparada com caju, milho, mandioca e outros vegetais.

Marabá: Filho de índias duma tribo com estrangeiros ou prisioneiros.

Pititi: Prensa usada para a secagem da massa de mandioca e o fabrico de farinha.

Tipiti: Tubo de palha usado para moquear carne de caça que era transformada em farinha.

Advérbios

Advérbios de tempo:

Interrogativos:

Quando? Erimbaé?

Em que ocasião, ou hora?: Mbaé-reme?

 


Afirmativos:

Antigamente: Akûé-me.

Ontem [ou há poucos dias]: Kûesé.

Hoje [passado]: Îéí, oîéi, îeí-îé

Agora [há pouco, recentemente]: Ramó

Já [passado]: Umã, umûã, ymã, ymûã

Agora, hoje: koyr, koy’

Já, finalmente: Koy’-te

Hoje [futuro | mais longo, depois]: Kori

Amanhã: Oirã, oirandé

Amanhã de manhã: Kori koem-e

Futuramente: Irã, mirã, karamosé, erimbaé, amo-neme

Em alguma ocasião, em algum dia: Pi-pe, ambi-pe

Daqui há pouco: Koromó

Sempre, para sempre: Aûîé-rama, aûîé-rama-nhé

 


Advérbios de lugar:

Interrogativos:

Onde? Umá? | Umá-me? | mamo

Donde? Umanõî?

 

Afirmativos:

Acolá: 

Aí, lá [no lugar de que falamos]: akûeî-pe

Ali, lá: aîpó-pe

Aqui: ké, iké

Daí: eb-anõî

Dali, de lá: aîpó-suí

De lá: anõî

Em cima, do alto: ybaté

Em ou a alguma parte: kûé-pe

Lá: aé-pe ou eb-apó

Longe: apûé, apûé-katu

Para a outra banda [outro lado]: kûé koty

Para lá: amõ

Por aí, por lá: ebo-kûé

Por alguma parte: kûeî-bo

Para cá: kybõ

 

Referências:

  • BARBOSA, Pe. A. Lemos. Curso de Tupi Antigo: Gramática, Exercícios, Textos. Livraria São José, Rio de Janeiro, 1956. 484 fls